sexta-feira, 15 de março de 2013

Psicopedagogia e Alfabetização

Observo atualmente  casos de situações de aprendizagem de crianças que atendo no contraturno na sala de reforço (Apoio Pedagógico), especificamente na área de alfabetização, que necessitam o registro de minhas observações iniciais.Percebo que o olhar e enfoque psicopedagógico se faz presente.
Navegando pela NET,pesquisei e li um material que fundamenta e colabora com  minha prática.Entãõ resolvi e selecionar alguns aspectos que considero pertinentes neste momento.Compartilho com todos que se sentirem sensibilizados e interessados nesta perspectiva de trabalho.Bom proveito e trabalho para nós!(Rosangela Vali)
Quando uma criança ingressa na escola, sua primeira tarefa é aprender a ler e escrever, sendo a alfabetização o centro das expectativas de pais e professores. Os pais a e própria criança não têm, em geral, razão para duvidarem do sucesso nessa nova aprendizagem. No entanto, o que muitas vezes os pais e professores não consideram, é que a leitura e a escrita são habilidades que exigem da criança a atenção para aspectos da linguagem aos quais ela não precisa dar importância, até o momento em que começa aprender a ler e escrever. Por isso, toda a criança encontra alguma dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita. Aprender a ler exige novas habilidades, novos desafios à criança com relação ao seu conhecimento da linguagem. Por isso, aprender a ler é uma tarefa complexa e difícil para todas as crianças.Quando as crianças não conseguem atender às expectativas da professora, supõe-se e conclui-se que elas têm problemas, pois a escola constrói um modelo de bom aluno, mas nem todas crianças se adaptam dentro desse modelo, quando isso acontece os professores recorrem as muletas para explicar tal situação: "estas crianças não podem aprender porque não há ajuda familiar, falta de maturidade, suposta lesão cerebral mínima ou transtornos do tipo: psicomotora, na fonação, percepção, etc..."(FERREIRO, 1989, p. 73).
Sobrecarregados de tanta violência estas crianças acabam aprendendo que não poderão aprender, buscando estratégias de sobrevivência neste sistema, tentam adequar-se às normas e copiam do quadro mesmo sem saber como e porquê. Outras se recusam a copiar, procuram outras atividades para fazer, surgindo o espaço ideal para a indisciplina.Várias pesquisas afirmam que o fracasso na leitura constitui uma das principais causas de repetência ou atraso escolar. Cerca da metade dos alunos repetem a primeira série onde a repetência é acentuada e está intimamente relacionada com problemas no ensino e na aprendizagem inicial da leitura e escrita e, nos casos dos alunos provenientes de família de baixa renda, essa porcentagem sobe para 60% (TORRES, 1999, p. 12).
Segundo FERREIRO (1989, p. 73)A “escola geralmente, ineficiente para introduzir as crianças no mundo da língua escrita, é contudo, extremamente eficiente para conseguir fazer com que assumam a culpa de seu próprio fracasso: um dos maiores danos que se pode fazer a uma criança é leva-la a perder a confiança em sua capacidade de pensar”.
Nesse contexto, o ensino da escrita tem se reduzido a uma simples técnica que serve e funciona num sistema de reprodução cultural. Os efeitos desse ensino são evidentes, não apenas nos índices de evasão e repetência, mas nos resultados de uma alfabetização sem sentido que produz uma atividade sem consciência, desvinculada da realidade e desprovida de sentido, tornando a escrita um instrumento seletivo, dominador e alienador. Já é bem conhecido o fato de que o fracasso escolar não se distribui democraticamente no conjunto da população. O fracasso escolar inicial, que é o da alfabetização, se concentra nas populações urbanas e rurais marginalizadas. Constitui, também, lugar comum assinalar correlações positivas entre o fracasso da alfabetização no tempo escolar requerido e fatores como estado de saúde da criança (especialmente o nutricional) o nível de educação dos pais, as condições gerais de vida, etc. os professores e a instituição escolar têm aceitado, com facilidade, a realidade de tais fatos.
A expressão “fracasso escolar” tem sido utilizada em múltiplos sentidos devido fundamentalmente, à diversidade de fatores intervenientes no processo da aprendizagem humana, bem como à diversidade de profissionais que se dedicam ao tema. Atualmente se reconhece que, ao lado de um pequeno grupo de crianças que apresentam “transtornos específicos na aprendizagem escolar”, decorrentes de imaturidade e/ou disfunção psico neurológica  existem muitas outras que apresentam manifestações pedagógicas semelhantes, consequentes de inúmeros outros fatores não necessariamente orgânicos. A fronteira entre diferentes grupos de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem não é muito nítida. Exemplificando: uma criança pode apresentar irregularidade no traçado das letras, não necessariamente decorrente de alterações de ordem motora. É preciso considerar que dificuldades gráficas podem decorrer também de instabilidade emocional e da falta de experiências com instrumentos de escrita.
O estudo dos fatores etiológicos, bem como das reações do meio face a determinada dificuldade na aprendizagem, é de fundamental importância na seleção da orientação a ser seguida, evitando-se rotulações apressadas e estresse adicional. 

Para uma melhor clareza sobre a verdadeira função da Psicopedagogia em relação ao processo de leitura e de escrita é importante uma discussão de todas as informações obtidas em conjunto com uma possível intervenção na prática. 



A análise de um caso é algo que dará mais fundamentação ao tema pesquisado, não podendo esquecer que todas as informações adquiridas têm como fonte outras pesquisas executadas mediante os estudos de casos e de aplicação de testes, assegurando assim a sua veracidade.

Colocar em prática dos os dados desta pesquisa por quem é de interesse no assunto, é sem dúvida a complementação de um trabalho que deve unir teoria e prática na tentativa de solucionar os problemas de aprendizagem na alfabetização.

Tendo em mãos a teoria que leva ao conhecimento sobre como de dar: a alfabetização; o processo de aprendizagem e suas dificuldades; a contribuição da Psicopedagogia para a superação dos problemas de aprendizagem, à luz de autores importantes, sem dúvida dar ao profissional na área da Educação ou de áreas afins, mais segurança na sua prática educativa.

Estas informações são ainda mais necessárias para o Psicopedagogo, que vêm como novo agente envolvido no processo de aprendizagem, que para contribuir com a solução de problemas deve ter uma bagagem de informações bem consideráveis. 

O psicopedagogo deve estar ciente que para diagnosticar um problema de aprendizagem na leitura e na escrita, não é fácil de ser feito. Para minimizar as dificuldades na alfabetização é necessário tirar da análise feita da aprendizagem do sujeito suas capacidades que serão utilizadas para ter um relacionamento com a mesma e a partir daí o psicopedagogo possa intervir, auxiliando para a superação dos problemas encontrados neste processo.

Espera-se da Psicopedagogia a contribuição parta melhor compreendermos o surgimento da linguagem nos indivíduos, intervindo de forma produtiva, preventiva e corretiva no processo de alfabetização.
Espera-se da Psicopedagogia a contribuição parta melhor compreendermos o surgimento da linguagem nos indivíduos, intervindo de forma produtiva, preventiva e corretiva no processo de alfabetização.





Psicopedagogia: diagnóstico dos transtornos da aprendizagem na leitura e na escrita



No tocante aos transtornos de aprendizagem na leitura e na escrita a Psicopedagogia não irá atuar de forma diferenciada em relação às outras dificuldades. O importante é estabelecer as diferenciações entre os erros de escrita e leitura decorrentes do processo de aprender e as dificuldades específicas como: a disgrafia; a discaligrafia; a disortografia; a dissintaxe; a discalculia e a dislexia. 

O objetivo da Psicopedagogia é chegar a um diagnóstico adequado em relação aos problemas de linguagem. A intervenção psicopedagógica deve se caracterizar por uma ação sistemática, partindo de um plano geral que incidirá sobre: o aluno; a escola e a família.

O atendimento psicopedagógico deve atender: crianças; adolescentes e adultos, tentando detectar no processo de aprendizagem dos mesmos a presença de dificuldades de leitura e de escrita.

Já que a Psicopedagogia é uma área de estudo e de atuação mediante o processo de aprendizagem, deve-se apropriar de conhecimentos que estejam ligados a este processo e aos transtornos que podem aparecer neste processo.

Quem investiga as dificuldades de leitura e de escrita deve estudar vários tipos de textos e a função social da linguagem, considerando os aspectos sintáticos e semânticos, os mecanismos utilizados na leitura, a coesão e a coerência do texto.

Utilizar-se das pesquisas de Ferreiro (1982) e de provas através do método clínico, tornam-se indispensáveis para uma boa investigação do desenvolvimento da linguagem, porém estas provas não devem ser colocadas como instrumento que rotule ou discrimine o sujeito, elas devem estar o mais próximo da realidade do mesmo. 

Dentre as provas, que são frutos das teorias construtivas, temos as que Ferreiro (1982) elaborou a partir da teoria piagetiana do conhecimento. Através do teste das quatro palavras e da frase escritas pela a criança são analisados os níveis de evolução da escrita, níveis que já foram citados neste trabalho.

Segundo Paín (1985) para o diagnóstico do problema de aprendizagem é necessária também a aplicação de provas, porém posterior a uma entrevista com os pais do cliente, buscando dados da vida do mesmo que possam está contribuindo para as dificuldades, isso mediante o método clínico. Paín (1985) cita: provas psicométricas; provas projetivas e provas específicas.

Dentre as provas específicas é relevante ressaltar a de lecto-escrita, que pode a vir identificar o tipo de dificuldade determinante para o fracasso na aquisição da leitura e da escrita. É o exame do caderno que permitirá saber se o problema é de nível ortográfico, se há ausência de letras, junção de palavras, inversões, substituições de fonemas e outros problemas.

Exemplos de exercícios que ajudam a discriminar a índole da perturbação na leitura e na escrita apontados por Paín (1985, p. 66) são:

"(A) Reconhecimento de letras e fonemas: usam-se duas lâminas, uma escrita com letras de imprensa e outra com cursiva". Em ambas diz: ao passar pela casa eu disse pra ele até amanhã. O sujeito deve indicar onde diz ma, pa, sa, as, la, ao." 

Neste caso é testada a possibilidade do aluno em distinguir a escrita dos sons produzidos por cada letra e também as diferentes formas da escrita das letras.

"(B) Geração de palavras (função analítico-sistemática). Com cartões para montar constrói-se mamãe e papai, e solicita-se ao sujeito compor mapa. Constrói-se casa e mamãe; solicita-se maca, cama, e saca, etc.".


A partir da identificação dos fonemas e da construção das sílabas, quem aprende pode sistematizar seus conhecimentos e compor novas palavras que fazem parte da mesma família silábica.

"(C) Compara-se o rendimento, na cópia, no ditado, na escrita espontânea e na leitura. Começa-se com a escrita espontânea e repete-se esta frase em outras circunstâncias." 

A cópia, o ditado, a escrita espontânea e a leitura são exercícios que podem levar a identificação de algum problema na alfabetização, porém estes exercícios não devem ser colocados de forma isolada, desvalorizando conhecimentos prévios do aluno. É importante se valorizar as produções espontâneas. 

É importante dizer que estes testes devem ser adaptados as dificuldades do sujeito em análise, geralmente são pedidas à opinião de especialistas para melhor detectar o problema de aprendizagem. 

O que foi citado acima pode ser utilizado como recursos investigatórios, podendo ser usados de forma completa ou parcial. Isso porque o processo investigatório depende muito da queixa inicial, da idade e da escolaridade do sujeito investigado. O que também é considerado neste caso são as hipóteses formuladas pelo psicopedagogo mediante a entrevista feita com os pais e à Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA).

3 comentários :

  1. Olá amiga Rosangela
    É com prazer que venho aqui em seu espaço, aprender, conhecer, maravilhar com seus conhecimentos que você compartilha pela internet e aproveito para segoí-la agradecendo por também ter me seguido, que sua semana seja perfeita

    Abraços,
    Riosul

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  2. Oi. ..muito bom o seu trabalho. Parabéns nos deixa claro os objetivos da psicopedagogia. ..

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito, sou nova no assunto e busco me aprimorar de todo o conhecimento. Grata

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Um abraço, Rosangela

RESULTADO EM AÇÂO!



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Na aventura de aprender de nossas crianças e jovens,
pais e professores são a bússola para o caminho de
descobertas e aprendizagens significativas e felizes.
(Rosangela Vali - Pedagoga e Psicopedagoga)

"Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vidas só precisam ser acrescidas de recursos especiais".

(Peça de teatro: Vozes da Consciência,BH)

MotivAÇÃO FAZ BEM!

Hoje Acordei Para Vencer! A automensagem positiva logo pela manhã é um estímulo que pode mudar o seu humor, fortalecer sua autoconfiança e, pensando positivo, você reunirá forças para vencer os obstáculos. Não deixe que nada afete seu estado de espírito. envolva-se pela música, cante ou ouça. Comece a sorrir mais cedo. ao invés de reclamar quando o relógio despertar, agradeça a Deus pela oportunidade de acordar mais um dia. O bom humor é contagiante: espalhe-o. Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, com quem você encontrar. Não se lamente, ajude as outras pessoas a perceber o que há de bom dentro de si. Não viva emoções mornas e vazias. Cultive seu interior, extraia o máximo das pequenas coisas. Seja transparente e deixe que as pessoas saibam que você as estima e precisa delas. Repense seus valores e dê a si mesmo a chance de crescer e ser mais feliz. Tudo que merece ser feito, merece ser bem feito. Torne suas obrigações atraentes, tenha garra e determinação. Mude, opine, ame o que você faz. Não trabalhe só por dinheiro e sim pela satisfação da "missão cumprida". Lembre-se: nem todos têm a mesma oportunidade. Pense no melhor, trabalhe pelo melhor e espere pelo melhor. Transforme seus momentos difíceis em oportunidades. Seja criativo, buscando alternativas e apresentando soluções ao invés de problemas. Veja o lado positivo das coisas e assim você tornará seu otimismo uma realidade. Não inveje. Admire! Seja entusiasta com o sucesso alheio como seria com o seu próprio. Idealize um modelo de competência e faça sua auto-avaliação para saber o que está lhe faltando para chegar lá. Ocupe seu tempo crescendo, desenvolvendo sua habilidade e seu tempo. Só assim não terá tempo para criticar os outros. Não acumule fracassos e sim experiências. Tire proveito de seus problemas e não se deixe abater por eles. Tenha fé e energia, acredite: Você pode tudo o que quiser. Perdoe, seja grande para os aborrecimentos, pobre para a raiva, forte para vencer o medo e feliz para permitir a presença de momentos infelizes. Não viva só para seu trabalho. Tenha outras atividades paralelas como: esportes, leitura... cultive amigos. O trabalho é uma das contribuições que damos para a vida, mas não se deve jogar nele todas as nossas expectativas de realizações. Finalmente, ria das coisas a sua volta, ria de seus problemas, de seus erros, ria da vida: "A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo". (Autor desconhecido)

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“Ninguém e nada cresce sozinho. Sempre é preciso um olhar de apoio. Uma palavra de incentivo. Um gesto de compreensão. Uma atitude de segurança. Devemos, assim, sermos gratos. Aos que nos ajudaram a crescer. E termos o propósito de não parar. E não passar em vão pela vida”. (autor desconhecido)

Aprender no Coletivo!

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a experiência humana,

tanto maior será

o material disponível

para a imaginação e

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(Rosangela Vali - Pedagoga e Psicopedagoga)


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